Nasce em São Paulo, no dia dezoito de julho de 1959. Cedo demonstra interesse pelas relações entre as palavras e
as imagens realizando em 1978
‘Squares of Light’ sua primeira exposição individual, no Museu de Arte de São Paulo,
MASP. Nesta ocasião, lança o livro de mesmo nome pela editora Massao Ohno.
Formada em Cinema pela Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo, conclui o curso em 1981, deixando o
Brasil rumo às montanhas da Europa (Alpes na Alemanha e Itália e Pirineus na França), aonde nascem suas filhas Lua Felicia e Lira .
Em 1987 concebe e apresenta o projeto
‘Palavra Imágica’ no Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo.
De carácter histórico, a exposição reuniu cerca de quarenta poetas e artistas tais como Pedro Xisto, Edgard Braga, Mira Schendel,
Hélio Oiticica e Waldemar Cordeiro, trazendo à luz algumas das facetas relativas às intersecções entre as linguagens.
Ainda no Brasil, após dez anos de pesquisa, realiza e produz a edição de seu livro-objeto incolor e multilingue ‘les êtres lettres’
(1980/1990). Este trabalho tematiza o encontro de diversas linguas sintetizando-as em palavras-conceito. A solução estética propõe
a dissolução da palavra escrita na imagem-superfície e ao mesmo tempo, possibilita o ressurgimento da imagem-palavra a partir da
visualização do invisível: a transparência incolor, palpável e habitada surge da fusão das palavras com o seu suporte material.
‘Les êtres lettres’ participou de várias exposições no exterior, dentre as quais se destacam
‘the future of the book of the future’ que itinerante entre 1994 e 2000, teve como estações o Thalahassee Museum of Fine Arts na Flórida, o Museum
of Alaska University em Anchorage, o Research Center for the Arts, em Keio, Japão, e o espaço Franklin Furnace em Nova York.
Com uma bolsa de três anos da Fundaçao Konrad Adenauer para prosseguir suas pesquisas a respeito da desmaterialização, muda-se em 1991 mais
uma vez para a Europa, fixando residência em Hamburgo aonde vive até 2002.
Em 1992 faz a primeira leitura de ‘les êtres lettres’ na Europa, no Colóquio ‘Kunst, Sprache und Vermittlung’ (Arte, Linguagem e Mediação)
apresentado no Theather im Friedricianum em Kassel,num evento paralelo à Documenta. No mesmo ano inicia suas leituras na Literaturhaus
(Casa da Literatura) de Hamburgo aonde passa a apresentar seu trabalho com regularidade: inicia em 1992 com a leitura de ‘les êtres lettres’ ao som
do Cristal. Desenvolvido pelos irmãos Baschet, trata-se de um instrumento musical de bastões de cristal que deve ser manuseado com
as mãos molhadas. Em 1993 participa enquanto poeta/artista convidada ao lado de filósofos e cientistas no colóquio ‘Chaos, die Künste und die
Wissenschaften’ (Caos, as Artes e as Ciências) e em 1997, no Colóquio ‘Orte und nicht-Orte’ (o lugar e o não-lugar).
‘Les êtres lettres’ vem a ser exibido na exposição ‘Chimériques Polymères’ no Musée d’Art Moderne et Contemporaine de Nice, França, ao lado de uma centena de artistas tais como Yves Klein e Vantongerloo. Esta mostra de grande vulto que se prolongou de junho à setembro de 1996, visava
recapitular a aparição do plástico como material de arte no século XX contando com textos de Pierre Restany, Roland Barthes, Raymond Queneau
entre outros.
Em 1994 é convidada a projetar uma intervenção com palavras que deverá tornar-se permanente na Literaturhaus. Com um premio de doação,
a Fundação Cultural de Hamburgo, o Hamburguische Kulturstiftung, cede à Literaturhaus, a obra ‘Satz’ (enunciado), exposta de 1994 à 1996.
‘Satz’ é também publicada na revista de vanguarda literária alemã ‘Schreibheft’ (caderno de escritura), e no livro do autor suiço
Felix Phillip Ingold ‘Freie Hand’ (mãos livres).
Publica esparsos textos poético-teóricos e é convidada à fazer leituras e apresentações individuais de seus poemas na Feira de Frankfurt,
(‘les êtres lettres’ 1994) na Literaturhaus de Viena (‘B.L: poesia abstrata’, 1995) e em Berlin, na Haus der Kulturen der Welt
(Casa das Culturas do Mundo ‘B.L. Videopoems, Translations’ 1998) e no Instituto Cultural Brasileiro da Alemanha ICBRA (‘B.L. figuras de linguagem’, 1999).
Em 1999 vai ao Japão para participar, enquanto poeta alemã, da exposição ‘Texte Sehen / Deutsche und Japanische Visuelle Poesie’
(textos visuais / poesia alemã e japonesa) no Museum of Contemporary Japanese Poetry Tanka and Haiku, na cidade de Kitakami. Retorna ao Japão
no ano seguinte a convite do Instituto Goethe da provincia de Kansai para passar um mês em Kyoto, e para apresentar seu trabalho em Kyoto e Osaka.
No ano seguinte apresenta ‘nowhereland, japan’ (japão, terra incógnita) uma exposição de fotoprints no Museum für Völkerkunde (Museu de Etnologia de Hamburgo)
junto à exibição individual de seus filmes em duas noites Cinemateca de Hamburgo.
Ainda em 2000 vem a ser convidada pelo Fórum da Coleção Ludwig de Arte Internacional em Aachen, Alemanha, a realizar uma edição sonora de seu ciclo de poemas ‘placenta
writing’ em dois cds de áudio denominados respectivamente 'memory' e 'merge' (memória e imersão).
Trabalha paralelamente com música, fotografia e imagens em movimento, produzindo uma grande série de ‘Audiofilmes’, ‘Videopoemas’ e sequências foto- gráficas
de Prints. Recebe em 1997 em Genebra prêmio de menção honrosa na exposição de
fotografia ‘La Suisse ailleurs, autrement’ Prix Michael Jordi de Photographie no Centre Saint Gervais pour l’Image Contemporaine. Em 2002 instala em parceria com Florian Kutzli um estúdio em Basel, região Tri-rena, ponto de encontro entre França, Alemanha e Suiça. Recebe em Zurique o premio bienal Omanut para seu filme ‘Political Mistakes’
(Mistérios Políticos) em 2003. Em 2005 recebe da fundação Gertrude Schlatter/Hanni Pfister de Genebra apoio para desenvolvimento do projeto ‘nowhereland, suisse’.
O Museu de Arte de São Paulo apresenta em outubro de 2006 o seu filme 'O Reino menos o Rei'. Telecinado na Cinemateca Brasileira e inédito desde 1980, trata-se de um esboço visual a partir do poema pré-concreto de 1951 do poeta Augusto de Campos, 'O Rei menos o Reino'.
Com curadoria de Adriana Rouanet, o Centro Barbican em Londres apresenta em outubro de 2007 'Cinema of Brazil, Literature into Film' realizado pela Embaixada do Brasil em Londres. 'O Reino menos o Rei' (The Kingless Kingdom) estréia na Inglaterra enquanto homenagem-miniatura à poesia.
Em 2008 concebe e realiza o projeto de curadoria l'art ist l'artiste
no espaço de exposições ‘auf der lyss’ (antigo Gewerbe Museum, Basel). A mostra apresenta obras de dezoito artistas da Associação Suiça de Artistas Plásticas da Basiléia.
Abre a ‘
Maison de la Poésie’ na cidade da Basiléia com uma exposição da octagenária escultora Helen Balmer, e uma compilação de filmes raros do artista e cineasta francês Chris Marker apresentada pelo autor e crítico alemão Thomas Tode.
Trabalha desde os anos setenta em busca da realização e da síntese entre os conceitos, as línguas e as linguagens.